Castigo ou Consequência?

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Saber a diferença entre castigo e consequência é um ponto chave na hora de educar nossos filhos. Entender essa distinção pode nos ajudar a ter atitudes mais inteligentes e efetivas na educação das crianças.

Quando o filho faz algo errado, deixa de cumprir suas tarefas ou desrespeita alguém, muitos pais optam pelo castigo: privam a criança de alguma atividade que gostam, proíbem de sair ou deixam sentada no lugar por certo tempo. E assim o fazem, de maneira automática, porque também foram educados dessa forma quando eram pequenos. Entretanto, é preciso compreender que castigo não traz benefícios para o desenvolvimento infantil.

CASTIGO

No momento em que a criança faz algo que não deveria, geralmente os pais ficam bravos, irritados e aplicam o castigo como uma forma de correção, imaginando que ela entenda que sempre que tiver esse comportamento inadequado ela será punida e assim não volte a fazê-lo.

Para a criança, porém, o castigo é visto apenas como uma punição por ter feito algo errado. Sem escolha, os pequenos cumprem essa pena, ficando bravos, revoltados e irritados com seus pais por terem sido castigados. Assim, a criança não consegue ter a dimensão dos erros cometidos e não aprende com a situação.

CONSEQUÊNCIAS

Longe da raiva e da irritação do castigo, tanto do lado dos pais, quanto do lado dos filhos, aplicar a consequência é dar uma resposta direta de uma atitude que essa criança teve. Nesse caso, a intenção, ao invés de punir a criança, é de educar. Quando se aplica a consequência de uma situação, a criança vivencia o resultado direto da sua ação. E, dessa maneira, ela aprende que toda atitude tem um resultado, toda ação provoca uma reação, todas as coisas que fizer na vida ela vai receber uma resposta que ela mesma produziu.

É importante destacar que a escolha da consequência precisa fazer sentido, diferentemente do castigo, a consequência deve estar sempre relacionada com a ação da criança.

EXEMPLOS

• Se os pequenos sujarem ou riscarem alguma parte da casa, os pais deverão cobrar que elas limpem a sujeira. As crianças menores irão precisar de ajuda de um adulto, as maiores poderão dar conta sozinhas.

• Se a criança quer deixar de fazer sua lição de casa, os pais devem explicar que no dia seguinte ela não poderá brincar por ter que terminar as tarefas atrasadas. Se depois a criança reclamar que não pode brincar, os pais irão explicar que essa foi uma escolha da própria criança que deixou as tarefas escolares acumularem.

• Se a criança quebra algum objeto da casa ou a janela de algum vizinho quando está jogando bola, os pais devem descontar os valores do conserto da mesada da criança ou pedir para que ela realize tarefas para juntar o necessário para pagar os estragos. Dessa forma, essa criança vai começando a perceber que toda ação tem um resultado.

VANTAGENS

• Ao aplicar as consequências no lugar de castigos, a criança passa a não mais se revoltar com os pais e começa a perceber que toda ação tem um resultado, percebendo que é ela que vai viver o resultado e essa é a parte mais importante desse aprendizado.

• A criança ganha maturidade para entender que ela é a responsável por suas atitudes e que ela é a pessoa que vai viver o resultado de cada uma delas.

• Aplicação das consequências permite que a criança se desenvolva com uma capacidade muito maior de fazer as suas escolhas a partir de sua vivência e dos seus valores internos.

Vale sempre lembrar que diante de um conflito, os pais jamais devem gritar, bater ou desrespeitar seus filhos, porque as atitudes do adulto são um espelho para as crianças. Assim também a punição que representa o castigo, muitas vezes, só aumentará o conflito. Ao optar por aplicar as consequências, os pais estarão contribuindo para o desenvolvimento dos filhos.

Castigar é punir, aplicar a consequência é educar.